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Entrevista com o deputado Mario Heringer 4c5q50

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Programa Palavra Aberta

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Resumo: Nesta edição de “Palavra Aberta”, o deputado Mário Heringer fala sobre o processo de reforma política em curso no Legislativo. Segundo o parlamentar, esse processo se reveste de uma importância renovada, diante de tudo o que está acontecendo no Brasil contemporâneo.

Fonte: TV Câmara

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pela ordem: 423a1c


Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,

Além de devolver o direito aos Vereadores, eleitos legitimamente, temos de devolver também o direito da representatividade a quem neles votou. (Palmas nas galerias.) Parte do Brasil não está representada hoje nas Câmaras Municipais.

Portanto, pedimos ao Supremo que cuide da representatividade desse povo, porque quanto mais plural for essa representação menos riscos correremos no futuro.
Muito obrigado. (Palmas nas galerias.)

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso 3a221h

Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,

O Estado brasileiro sempre cultivou uma nata vocação para a adoção de paliativos quando não consegue solucionar questões que o afetam e que são da sua alçada. Vale ressaltar que não se trata de um fenômeno típico do atual Governo, mas também de todos que o antecederam.

Quando há uma deficiência do Estado na solução de um problema, busca-se solucioná-lo com a adoção de um puro e simples decreto. Para combater os alarmantes e endêmicos índices de violência, por exemplo, descobriu-se o “ovo de colombo” com o desarmamento da população. A priori, parece uma medida bastante salutar, pois o porte de armas só deveria ser concedido a quem realmente necessitasse dele, mas por si só essa lei não resolverá a grave questão da violência. Parece até aquela história do técnico de futebol que ensina aos seus jogadores a estratégia para ganhar o jogo até que ouve a pergunta de um deles: “O senhor combinou isso com o adversário?” Parodiando-a, questiono: o Poder Público, ao acreditar que vai solucionar a questão da violência com País com essa lei, já combinou isso com os bandidos?

Não quero aqui, Sras. e Srs. Deputados, fazer apologia do uso de armas, mas, enquanto a população está sendo desarmada, os bandidos tornam-se a cada dia mais poderosos. O crime organizado arma-se até os dentes, com equipamentos modernos, poderosos e de grande capacidade de destruição. Em contrapartida, as verbas públicas destinadas ao combate à violência e ao crime organizado são drasticamente reduzidas, quando na verdade deveriam ser quadruplicadas.

A ameaça de cortes pelo Ministério da Justiça dos já parcos recursos é algo inaceitável. Enquanto especialistas estimam que seria necessário o aporte de R$ 1,5 bilhão, o Estado promete apenas R$ 412 milhões. Isso cria uma situação de tamanha desvantagem que nos primeiros meses de 2004 foram mortos mais de 280 policiais civis e militares no Brasil, muitos dos quais em atividades alheias, como de segurança privada, que exercem no período de folga porque os salários que lhes são pagos não são suficientes para o sustento de suas famílias.

Ninguém ignora, Sras. e Srs. Deputados, que a violência no Brasil, em especial a violência urbana, já atingiu níveis de extrema dramaticidade. Nos grandes centros urbanos a sua banalização já se tornou perigosa, porque o cidadão tende a se adaptar à realidade, seja ela qual for, buscando alternativas de defesa, porque não confia na atuação do Poder Público. E com razão essa desconfiança se consolida, principalmente pela total falta de sintonia entre os Entes Federativos. Há que se buscar ações conjuntas entre União, Estados e Municípios, sem que as divergências políticas interfiram nessas ações.

Adotar uma atitude maniqueísta na discussão do plebiscito sobre o desarmamento que será realizado em outubro próximo é totalmente descabido, porque a situação é tão complexa que exige maiores reflexões, e a população não está devidamente preparada para responder se é ou não favorável ao desarmamento. Considero extremamente importante a sua rejeição, pois não creio que ninguém, em sã consciência, possa ser contra a permissão para que os cidadãos portem armas em defesa de seus familiares e bens, indiscriminadamente, sem desconsiderar que, por outro lado, cabe ao Poder Público garantir a segurança de toda a sociedade, aparelhando adequadamente os órgãos de repressão e prevenção do crime, pagando salários dignos aos seus agentes, para evitar que sejam cooptados pelo crime organizado, e promovendo concursos para contratação suficiente de pessoal.

Só uma atuação efetiva e eficaz no combate de todas as modalidades de violência dará ao cidadão a segurança suficiente para que possa pensar, num futuro distante, em abrir mão da arma que mantém em casa.
O desarmamento, Sras. e Srs. Deputados, só será eficaz quando atingir também os bandidos, porque um bandido desarmado é como um carpinteiro sem a serra, o pintor sem pincel ou o médico sem o bisturi: incapaz de executar o seu serviço. Quando adota medidas coercitivas para desarmar os cidadãos, o Estado tem o dever de desarmar também os bandidos. Só assim alcançaremos a tão almejada paz social.

Tenho a convicção, Sr. Presidente, de que o alto custo que pagamos pela excessiva violência é muito maior que os investimentos necessários para combatê-la. Calcula-se, por exemplo, que só no Município do Rio de Janeiro 40% do orçamento destinado aos hospitais públicos estão sendo utilizados para o atendimento de vítimas da violência, sejam baleados, sejam esfaqueados, sejam vítimas do trânsito. Combater a violência é na realidade um investimento extremamente vantajoso no médio prazo, mas parece que não há, por parte das autoridades competentes, a sensibilidade necessária para enxergar isso.

Mas, exatamente nesses 40%, as vítimas são na maioria marginais em disputa ou cidadãos indefesos. Assim, as armas nas mãos de cidadãos em casa, não para porte na rua, são necessárias e imprescindíveis. Ninguém pode delegar a defesa de seus familiares a esse sistema falido e abandonado de segurança.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

III Parada da Cidadania e do Orgulho GLBT 2d5050


O Deputado Mário Heringer, participou no dia 19 de agosto de 2005, na cidade de Juíz de Fora, como palestrante, do fórum “Ações do Legislativo a Favor dos Homossexuais”, promovida pelo Movimento Gay Mineiro.

Abordando temas como a “união civil gay” e “Brasil sem Homofobia”, o parlamentar mineiro discutiu abertamente com os presentes a necessidade de maiores esclarecimentos junto à população brasileira, no que tange a “um contínuo combate e enfrentamento de discriminações e violência contra os homossexuais”.

O deputado Mário Heringer disse: ” Estou convicto de que só é possível construirmos uma sociedade fraterna e igualitária se o conjunto da sociedade entender que o caminho deste sonho a pela incorporação da diversidade humana.”

Discurso proferido pelo Deputado Mário Heringer na palestra “Ações do Legislativo a Favor dos Homossexuais”, promovida pelo Movimento Gay Mineiro, em Juiz de Fora – MG.

Em 19/08/2005

Senhoras e Senhores,
Ao tempo que congratulo-me com este momento de festa e reflexão, quero ressaltar que as organizações homossexuais do Brasil tornaram-se os grupos mais organizados no País de atuação no processo legislativo do Parlamento Brasileiro. Também quero destacar que como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias sempre orientava a minha assessoria para que colocasse a nossa estrutura à disposição de suas demandas. Tanto na minha gestão quanto na do meu colega de Partido, Deputado Enio Bacci, não poupamos energias para garantir a presença dos diversos segmentos que compõe esta comunidade. A nossa sala de trabalho tornou-se, praticamente, um escritório itinerante das diversas entidades representativas.

Também devo confessar que durante o meu trabalho frente à Comissão pude observar alguns focos de resistência sobre os direitos dos homossexuais, tanto no Parlamento quanto na própria Comissão. Ao buscar compreender esta contradição encontrei a minha explicação na própria tradição dos movimentos e entidades civis de direitos humanos, onde pude compreender que boa parte destes agentes sociais encontram-se vinculados a setores de diversas igrejas cristãs que infelizmente, não tem a devida compreensão de entender que o direito ao exercício da cidadania plena não a pelas convicções pessoais, morais e religiosas, e sim, pelos preceitos constitucionais.

Nenhum segmento social, seja pela orientação sexual, convicção religiosa e grupos étnicos pode sofrer qualquer sanção política ou restrição do processo legislativo, simplesmente por não partilhar de uma suposta forma única e dogmática de viver e pensar. Forma esta, arbitrariamente delineada segundo à imagem e semelhança daqueles que apregoam-se portadores de uma moral transcendental.

A diversidade humana é fato e regente da própria dinâmica vida e da nossa própria existência. Não podemos abrir mão de uma vida multifacetária e complexa. A vida faz sentido na medida em que aprendemos a conviver com a diferença humana. É muita falta de imaginação achar que vida é uma caminho monolítico e monocultural.

Como ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias e membro da Frente Parlamentar em Defesa da Livre Expressão Sexual, assumi a questão dos direitos dos homossexuais como uma das bandeiras de atuação do meu mandato. Afinal, médico e humanista não poderia ficar indiferente a causa que envolve não só a questão da conquista de cidadania plena, mas o fim da opressão psicológica e física tão presente na vida de milhões de brasileiros homossexuais.

Tive a oportunidade de acompanhar diversos projetos de lei que estão tramitando na Câmara dos Deputados e de perceber a grande dificuldade em darmos celeridade a estas proposições. Isto significa que somente com a pressão da comunidade será possível tirar diversos projetos que estão adormecidos nas gavetas.

Em 2004, em minhas inúmeras entrevistas concedidas à rádios, televisões e jornais afirmei que é urgente se colocar na agenda do Congresso Nacional os projetos de interesse do segmento.

Entendo que a união civil entre os homossexuais é um imperativo e desejo de boa parte da população brasileira que não comunga com a hipocrisia de alguns em nome de uma pressuposta moral pura, e porque não dizer, de familiares que expulsam de suas casas milhares de adolescentes e jovens que assumem a sua condição de homossexual e depois que caminham pela vida afora e conseguem montar um patrimônio junto com seus parceiros, ao morrer seus familiares, “ilibados e irretocáveis”, voltam em busca do seu patrimônio.

Para mim isto configura como uma das maiores perversões das relações humanas. Demonizam, expulsam ou isolam um membro familiar homossexual e depois, cinicamente, se apresentam para receber a herança do falecido. Eis um caso de hipocrisia da sociedade puritana que persiste em intervir na vida privada das pessoas em nome de uma falsa moralidade calcada numa visão particular.

Se queremos legitimar o ideal de Estado laico e secular é imprescindível que ele se desprenda dos dogmas impostos pela sociedade tradicional. Dogmas estes, em boa parte, atrelados ao pensamento único religioso. O Estado que se apresenta como secular não pode criar critérios de políticas públicas em torno de uma moralidade ou convicção religiosa particular.

Infelizmente neste meu primeiro mandato, como deputado federal, pude observar que os focos de resistências dentro do Parlamento contrários aos direitos dos homossexuais residem no campo da moral religiosa.

Por estas razões, insisto em dizer que a comunidade de homossexuais precisa estar atenta, e continuar na luta pelos seus direitos dentro do Parlamento. Sei que o momento político é ingrato para se colocar na agenda legislativa proposições afetas ao conjunto da sociedade. Que a atual conjuntura política acaba restringindo até mesmo as nossas ações parlamentares em razão dos consideráveis números de Is.

No entanto, não podemos retroceder em nossas ações políticas dentro do Parlamento. A presença da comunidade homossexual no Parlamento será de fundamental importância para darmos prosseguimos em suas demandas. Somente com o uso da pressão junto aos Parlamentares poderemos vislumbrar a possibilidade de se colocar na pauta os principais projetos de lei.

Ao participar deste momento quero reafirmar o meu compromisso, enquanto Suplente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados Federais, de colocar-me a disposição dos senhores e senhoras no que puder para colocar na pauta principalmente o projeto de união estável.

Coloco-me também a disposição no sentido de juntos propiciarmos condições de trabalho contínuo de combate e enfrentamento de discriminações e violência contra os homossexuais.

Estou convicto de que só é possível construirmos uma sociedade fraterna e igualitária se o conjunto da sociedade entender que o caminho deste sonho a pela incorporação da diversidade humana.

Parabéns e contem comigo nesta luta. A luta dos senhores e senhoras é a luta da nossa própria libertação dos preconceitos, discriminações e dogmas que tanto nos escravizam e desumanizam como seres humanos civilizados.

Visita do Sr. Valdimir Roela, Prefeito de Martins Soares-MG 216w2c



“Tenho uma grande iração pelo povo de Martins Soaresa e estarei aqui sempre a disposição para ajudar em tudo no que for possível. Espero que a ambulância já recebida esteja servindo para minimizar o sofrimento dos necessitados da saúde no município.”
– Mário Heringer

O prefeito Valdimir Roela – Mirim, de Martins Soares, localizado na Zona da Mata, na companhia de seu assessor o Sr. Wender, estiveram visitando o gabinete do Deputado Mário Heringer em Brasília, para agradecer todo o apoio recebido do parlamentar mineiro na obtenção de recursos que visam melhorar as condições de vida do povo martins-soarense.

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso: 3n6j3n


Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,

Tanto já se falou em impor ao País um novo pacto federativo sem que isso redunde em algo concreto, que já se exauriu o tema, vulgarizando-o ao ponto de relegá-lo ao descrédito. Mesmo porque para o cidadão comum o significado de pacto federativo soa tão alienígena quanto falar em física quântica ou em nanotecnologia, por exemplo. Mas para nós que temos nas mãos o condão de propor mudanças talvez resida aí a solução para muitos de nossos problemas, sobretudo aqueles que dependem tão-somente de vontade política. Mais dias menos dias, seremos impelidos a repensar o nosso sistema federativo, e isso nos obrigará a buscar uma alternativa que não seja imposta de cima para baixo e que busque adequar-se às nossas tão decantadas discrepâncias sociais.

Federação, Sras. e Srs. Deputados, é a união política entre os Estados. É uma aliança, um contrato bilateral que pressupõe direitos e deveres para ambos. Somos, entretanto, nos comentários de Pontes de Miranda à Constituição de 1946: “Uma federação que nada, em tempo algum, federou”. A falácia do nosso sistema federativo só contribui para criar e alimentar crises. Que federação é esta em que Estados e Municípios são reféns do Governo Central, que por seu lado dispõe de muito pouco para atender à crescente demanda? Que federação é esta em que Prefeitos e Governadores eleitos são obrigados, no dia seguinte após a posse, a peregrinar em Brasília com o chapéu na mão? Que federação é esta em que todo o poder emana de Brasília e onde se decide o destino dos demais entes federativos de acordo com as conveniências de quem está no topo dessa pirâmide?

Esse absurdo e equivocado modelo de federação, Sr. Presidente, consegue a façanha de reverter o comportamento social, ao tornar irrelevante para o cidadão as questões que envolvem a sua comunidade. Vivemos como se o poder que emana de Brasília fosse onipotente, onisciente e onipresente, e, ao acreditar que de fato detém esse poder, o Presidente da República acaba adquirindo inconscientemente uma presunção de poder que o obriga a fazer concessões, que deságuam inevitavelmente em constantes crises políticas. É sintomático que isso aconteça, porque comprova que a fragilidade de nossa federação, criada de forma amorfa e inconsistente, sem levar em conta as nossas idiossincrasias.

As disputas tributárias entre os Estados é um danoso reflexo desse quadro, Sr. Presidente. As empresas acabam criando filiais fictícias, emitindo diversas notas fiscais que trafegam no mundo virtual com o intuito de burlar essa legislação conturbada.

Nossas crises são tantas que, se fossem amontadas, chegariam à Lua. São sobretudo cadáveres insepultos, esquecidos sempre que surgem novas crises. Entra Governo e sai Governo e os escândalos se repetem e am com isso a dominar os debates públicos, relegando sempre as questões primordiais do País a um segundo plano, nos condenando ao inexorável atraso.

Adotar um verdadeiro pacto federativo a a ser nessas circunstâncias a única saída e creio que ainda é tempestivo. O atual Governo, escudado por um apoio popular inédito em nossa história política, teve em suas mãos as condições ideais para isso, mas preferiu render-se aos abjetos e mesquinhos interesses individuais, quando deveria, como sempre propôs, voltar-se para os interesses coletivos, para o bem comum.

Nenhum pacto social atingirá seus objetivos sem renúncias e sacrifícios de todos os envolvidos. O pior é que no Brasil ninguém quer abrir mão de nada. É muito cômodo exigir sacrifícios só dos outros.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso: 3n6j3n


Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,

Tomo a tribuna no dia de hoje para tentar explicar um pouco do processo que se desenvolveu em virtude da Resolução nº 21.702, editada pelo TSE na data de 2 de abril de 2004, da qual resultou expressiva diminuição do número de Vereadores em grande parte dos Municípios brasileiros.

Tudo começou quando o Supremo Tribunal Federal julgou procedente o recurso extraordinário nº 197917, de 7 de maio de 2004, ajuizado pelo Ministério Público de São Paulo em ação civil pública que propa contra o Município de Mira Estrela, com o fim de reduzir o número de Vereadores. A sentença acolheu em parte a ação, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo proveu a apelação.

Na seqüência, o Tribunal Superior Eleitoral houve por bem dar efeito erga omnes universal à decisão do Supremo Tribunal Federal e editou 2 resoluções, a primeira nº 21.702, de 2 de abril de 2004, em que, mediante provocação do Ministério Público Eleitoral, fixou faixas proporcionais de número de Vereadores por população de Município, a partir da “unidade” 47.619 para o mínimo de 9 Vereadores – um milhão de habitantes (limite superior de população) dividido por 21 (limite máximo de Vereadores). A segunda, Resolução nº 21.803, de 8 de junho de 2004, explicita a primeira e discrimina o número de Vereadores por cada Município do País.

Do novo critério do Tribunal Superior Eleitoral resultou a extinção de 8.481 cadeiras nas Câmaras Municipais.

Com todo o respeito, Srs. Ministros, o ato do Tribunal Eleitoral é inconstitucional.

Isso porque vinculou à sua decisão incidental de inconstitucionalidade, mesmo que definitiva, aqueles que do processo não fizeram parte.

Fez o Tribunal Eleitoral o papel do Senado Federal, em cuja competência exclusiva recai a função de suspender a execução, no todo ou em parte, da lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal mediante decisão definitiva.

Diante desse fato, Sr. Presidente, o PDT protocolou a ADIN 3.365, de 9 de dezembro de 2004, sendo apensada à ADIN 3.345, em 28 de dezembro de 2004, e tem como Relator o Ministro Celso de Mello.

Caro e ilustríssimo Ministro Celso de Mello, o art. 16 da Constituição Federal define:

“Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência”.

Não resta qualquer dúvida quanto à intenção do constituinte originário, fulminando qualquer outra tentativa interpretativa, tal qual a tentada pela Resolução n.º 21.702, de 2004, ofendendo, assim, frontalmente, a Constituição Federal.

Não poderia resolução do Tribunal Superior Eleitoral, mesmo remotamente itida sua constitucionalidade, alterar o processo eleitoral e ser aplicada na eleição do mesmo ano de sua vigência, impondo-se-lhe o transcurso de 1 ano.

Não obstante, a Resolução nº 21.702, de 2004, do TSE, não somente alterou o processo eleitoral, ferindo dispositivo constitucional, como impôs sua adoção a menos de 6 meses das eleições municipais de 2004, reduzindo o número de assentos nas Câmaras Municipais em todo o País.

Ainda mais, Ministro Celso de Mello, a mesma Resolução violou outro mandamento constitucional ao dispor, em seu art. 1º:

“Art. 1º. Nas eleições municipais deste ano, a fixação do número de vereadores a eleger observará os critérios declarados pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordinário nº 197.917, conforme as tabelas anexas”.

Infere-se, pois, que o Tribunal Superior Eleitoral, ao editá-la, regulou o art. 29, inciso IV, da Constituição Federal e, ao fazê-lo, tomou do Poder Legislativo competência que é sua por princípio constitucional originário, insculpido nos arts. 2º e 29.

Esse entendimento é de que a fixação do número de Vereadores é matéria inserida no campo da autonomia dos Municípios. Assim, bastaria que as leis orgânicas obedecessem aos números mínimo e máximo traçados pelo art. 29, inciso IV, da Constituição Federal para que tais normas fossem tidas como constitucionais.

Se o mandamento constitucional disposto no art. 29 é inequívoco ao determinar a autonomia dos Municípios, via legislativo (Câmara Municipal), para se organizarem e se estruturarem politicamente, aí incluindo a fixação do número de Vereadores, observados os parâmetros constitucionais, patente é a inconstitucionalidade da violação, que, combinada com a violação do preceito da independência e autonomia entre os Poderes, prescritos no art. 2º, torna inquestionável a usurpação da competência do Legislativo pelo ato ora impugnado, uma vez que o Poder Judiciário estaria definindo regras de composição de competência do Poder Legislativo.

Por fim, conforme já dito anteriormente, para que o disposto no art. 29 da Carta Maior tivesse sua redação alterada, o único caminho possível seria mediante proposta de emenda à Constituição, conforme preceitua o art. 60 da mesma Carta.

Temos também a questão da proporcionalidade da representação popular. Da forma como ficou com a nova resolução, milhares de habitantes ficarão sem a menor representação nos grandes Municípios do País.

O PDT é um partido que tem como base a luta pela legalidade, pela democracia, pelo trabalhismo. Em função disso, sempre que se depara com situações, principalmente, de injustiça, é movido pelo incentivo a lutar pelos direitos do cidadão. Assim foi em governos anteriores e assim será sempre, e nesse caso, em especial, porque houve um erro do TSE ao agir como legislador ordinário, prejudicando milhares de Vereadores. Esse erro terá que ser sanado.

Sr. Ministro Celso Mello, nas mãos de V.Exa. está a possibilidade de reformar a proporcionalidade de representatividade de vários brasileiros em diversos Municípios. Faça isso, por favor.
Muito obrigado.

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso: 3n6j3n


Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,

O pronunciamento que faço hoje nesta Casa é para alertar a população brasileira, que já a por momentos estarrecedores com a crise na política nacional, sobre o mau desempenho da máquina istrativa neste momento de denúncias de “mensalão”, prejudicando investimentos em diversas áreas da economia brasileira.

Na edição do jornal O Globo do dia 8 de agosto de 2005, sob o título Governo retém cada vez mais as verbas, até para obras prioritárias, de autoria da jornalista Regina Alvarez, fica claro que a crise política hoje enfrentada faz com que o Governo Federal arroche na execução do Orçamento para garantir o superávit primário, exigência do FMI.

Não podemos parar o País, Sr. Presidente. Vejam que, nos 7 primeiros meses desse ano, apenas 4% dos investimentos aprovados pelo Congresso foram executados. Dos R$ 21,2 bilhões aprovados em 2005, somente R$ 853 milhões foram pagos até o mês de julho.

Programas sociais considerados prioritários, tais como saneamento urbano, pro-água, infra-estrutura, habitação social, apesar de empenhados, tiveram pouco dinheiro ou nenhum centavo pago pela equipe econômica, que anda mais preocupada é com a crise política de Brasília.

É dever desta Casa apurar toda e qualquer denúncia contra seus membros. A sociedade brasileira aguarda com expectativa a resposta que daremos àqueles que comprovadamente cometeram algum ilícito. O Conselho de Ética desta Casa trabalha para acelerar os processos de apuração contra os Parlamentares envolvidos.

De fato, há um verdadeiro consenso quanto à necessidade de mudanças na área política, com medidas que consolidem os partidos políticos e ordenem melhor o próprio funcionamento do Poder Legislativo, mas a idéia de deixar o País parado no que diz respeito à execução orçamentária, Sr. Presidente, não me parece a melhor tática.

Além de querer que se apure tudo sobre as denúncias de corrupção, a sociedade anseia que o Governo cumpra efetivamente o Orçamento aprovado pelo Congresso Nacional, sobretudo executando os programas e ações que beneficiem o nosso tão sofrido povo brasileiro.
Muito obrigado.

Roberval Antunes homenageia Mário Heringer 5g5i4i




O radialista Roberval Antunes, do programa Alô Cidade – Manhuaçu/MG, agraciou o deputado Mário Heringer com o diploma “Amigo de Minas”, por suas ações em prol da área social de Manhuaçu e região.

Aceito que meu WhatsApp seja incluído em uma lista de contatos para recebimentos de avisos sobre o webnário e outros assuntos.